quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O fim é o inicio e é o fim do inicio…

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É o que resta...

Sonhar e imaginar que em algum dia no passado, em outras vidas, algum lugar, algum momento... estive com minha companheira, minha dama e amada.

Aquele momento em que você olha a Lua cheia e altiva no céu, apenas vê corpos na noite, carne profana e ímpios a dominarem os quatro cantos da noite e percebe o quanto a cidade está cheia de gente mas vazia de amor.

Onde o ser humano prefere doar todo seu carinho, amor e afeto para um cão ou coelho, rato ou animal do que para o próximo, para crianças, adultos e até mesmo um simples "boa noite" ou "olá" não se é dado mais nesta cidade grande de enfermidade espiritual. As vezes a dor é a libertação, o sofrimento aproxima mais da complexidade do EU, e assim, elevarmos nossa fé da dor para a prática em nos mesmos do perdão e compaixão pelo processo de superação e aprendizado; apenas martirizar a dor e se tornar um viciado emocional do drama e da dor é um buraco negro do qual não tem saída, nem luz.

Quando você descobre mulheres pregando morais, falando de amor e tentando formar opiniões quando na verdade são infiéis, saem com homens casados por pura paixão e emoção, escravas de joguetes emocionais e sentimentais, vivem da emoção. Algumas tentam vender a imagem de puritanas e colocam suas falhas e culpa nos homens, nos demais e nunca em si mesma quando deixa de escolher aquela pessoa que não tem a segurança emocional que pensa ter, ou mesmo por puro medo no desconhecido, no arriscado e incerto foge para sua zona de conforto e fica próximo daquilo que mais lhe convém “garantias”. Traem seus namorados e noivos, e em menos de um ano arrumam outro e fazem o mesmo, não por que são pessoas más, mas apenas porque são o que são: normais. Na primeira briga já deixam outros procurarem-na, elogiarem e massagearem seu ego, apenas pelo simples fato de saber que ainda a desejam e sempre terá um “plano b”, uma segunda opção da qual ainda tem suas garantias até chegar aos trinta anos e começar apitar o relógio biológico e o desespero bater. Vivem e proclamam abertamente sua independência, mas reclamam da solidão e carência quando todos os demais planos, desmandos, pessoas hipócritas e amizades de uma noite de curtição e bebidas já não lhes preenchem nada. Começam uma busca louca pelo homem ideal, pelo par perfeito e passam a reclamar e voltar novamente no ciclo infinito em espiral ao inferno. E sempre existirão, pois no pós-modernismo existem homens que nutrem tais criaturas femininas e são acometidos em suas teias emocionais, talvez procurando apenas uma carne ou corpo na noite em troca do profano, do fácil e prazer imediato. Presas fáceis em suas próprias teias de desejos.

Por isso hoje celebro minha morte, celebro o fim dessa busca eterna. Desse malogrado e enfadonho conto sem fim. E em forma de prosa, escrevo sem mais melodias, sem mais rimas ou poesia. A poesia morreu com aquele homem Arturiano que outrora entonava cantigas de amor galego.

Hoje celebraremos a morte de um Trovador que buscava sua amada e sem sucesso, morreu tentando manter viva a esperança de que um dia poderia ter encontrado. Celebramos mais um Dom Quixote entre milhões já mortos pelos Titãs que subiram ao Olimpo e de lá expulsaram os deuses.

Não conseguiu viver tempo suficiente para ver o castigo dos ímpios, enquanto mil caiam a sua direita e outros dez mil à sua esquerda. Construiu seu refúgio e altar no altíssimo, conheceu seu nome e a ele invocou, mas nada ocorreu... e assim morreu.

Estes foram Os Sonhos de um Trovador Tolo, que aqui viveu entre nós, aqui sonhou e aqui amou quem nunca lhe amou de volta, nem sequer por um dia, hora ou minuto.

Aqui jaz na paz eterna um Hecatonquiro, com seus cem modos de amar, sem ser amado vagando no Tártaro… e venha a nós o vosso Reino.

✰ 1981 一 ✞ 2013

19 de Outubro de 2013
Wagner Correia

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