sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ninfa que de tão longo amor subiste!


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Ninfa que de tão longo amor subiste!
Dos teus fios dourados a luz resplandece,
Junto a teu sorriso que na luz enaltece,
Anulando o semblante do homem triste;
        *
Enaltece a chama do dragão,
Que avança para te alcançar,
Voando veloz, para logo chegar,
Antes que seja mais uma ilusão;
        *
Subiste tão longe do olhar,
Que o ser comum não pode vislumbrar,
Nem se aquecer da chama que me inspira;

Pois de Dragão a Rei, transformarei,
Onde ao vosso encontro, irei,
Dar o coração que por ti suspira.

Wagner Correia
17 de Julho de 2001

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Fagulha nas Geleiras

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Vagando por entre geleiras,
No frio em minhas desdenhas,
Fugindo do frio da imensidão,
Imergindo o brio na solidão;
*
Caminho por uma prisão sem muros,
Em meio à neve fria destes mundos,
Onde a dor congela-me,
E o pesar sufoca-me.
*
No mais absoluto abismo de mim,
Acredito no supremo ardor em mim
Que em terras distantes acredito existir;
Como uma pequena fagulha por expandir,
Na esperança acesa, a dor do sentir;
*
Estou preso à espera da certeza
De libertar-se dessas geleiras,
E na visão tornar-se clareza,
De converter-se das tristezas;
*
Minha amada haverá de surgir da imensidão,
Ante a fagulha em mim;
Cobrindo-me com seu furor, o frio no coração,
O a-mor reacendido enfim;
E a dor da solidão, entronizar seu fim!

Wagner Correia
20 de março de 2001

domingo, 25 de dezembro de 2011

A Face do Anjo Obscuro

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Caminho entre um corredor escuro,
Ouço sons sepulcrais do obscuro;
Observo uma imagem que parece me sondar,
A face de um anjo oculto do meu sonhar.
        *
Súbito ao olhar essa imagem desaparece!
Será um sonho ou realidade? Não é o que parece!
Lentamente caminho em frente
Mas hei que me vejo a cair
E por muito que tento,
Deste abismo não consigo sair.
        *
Mas por uma bruma leve e suave,
Parece me levar a um vale;
E em meio ao meu frenesi,
Meus olhos veem algo carmesim!
Alguém com um vestido de tussor,
E de pleno gesto com furor,
Caio em um chão frio e árido;
E ao vestido, volto-me, a vê-lo ávido!
        *
Vejo que é uma face familiar;
Oculta por sombras,
Mas vejo mesmo em penumbras
Ficando à minha visão a similar,
Ao anjo oculto do meu sonhar!
        *
Parece ser um anjo,
Que atrás das sombras
E das brumas,
Seu rosto encanta!
E esvai-se com um gesto,
O obscuro corredor funesto.
        *
Vejo-me envolto em brisas
E por um segundo estou junto dela;
O que fazes com minha dor que te inspiras?
Pergunto e olho em sua face bela;
Madrigal a silhueta do seu rosto!
A visão que tinha antes era o oposto.
                *
Pergunto o que queres de mim?
Apenas olha-me e estende sua mão;
Avidamente toco em sua mão,
E inda obscura minha alma, talvez possa ser o fim!
Sua mão suave envolve-me junto com sua utópica face,
E a escuridão ante seu rosto, era apenas um disfarce.
        *
Enfim ela me conduz como uma deusa ao Elísio,
Uma fina névoa cobre um jardim;
Parece-me não ser nada fictício,
Ela então toca minha face
E de um gesto sem fim,
Beija-me suave!
E descubro que ela era meu anjo dos sonhos;
Ali ela é uma deusa que procurei na vida
Em longos e obscuros corredores enfadonhos,
Mas encontrei-a ali, na passagem da vida.

 

Wagner Correia
12 de Fevereiro de 2001

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Vôo do Dragão

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Parte I
Introdução
*
O vento glacial sopra do céu
No âmago da minha paixão,
Pairado como um hermético véu
Que em anátemas expulsam o coração;
O Exórdio do canto enfático,
A mimese infinda, de tocá-la,
O rosnar ao céu apático,
O querer inda, de beijá-la.
*
O Dragão alado, voa solitário
Na metamorfose da alma,
Planado nesse fadário
Até a simbiose da amálgama;
Onde ao longe, ergue bruma leve
Ao leste ermo, deserto breve,
Pressentido algo, ante o fim;
Deuses nas muralhas de marfim?
*
Voarei até as muralhas de marfim,
Para ao menos encontrá-los
Nesse deserto ermo, sem fim,
Para ainda indagá-los,
Do porque da minha amada,
O tempo tarda a encontrá-la?
Já estando ante o nada,
Na bruma, longe de alcançá-la.
*
Passando onde não estava,
Ao chegar já não esperava,
Apenas na neve, suas pegadas,
Logo, por brisa leve, apagadas;
De súbito se fez à simbiose,
O Dragão voando na metamorfose,
Mas para a mutação completar,
Preciso ao menos, uma vez, te tocar.
*
Ah! este hermético véu me sufoca,
O Clangôr distante me invoca;
As narinas ardem de furor
Expelindo fogo neste tussor;
Vôo atroz como uma seta,
Do belo arco e bom arqueiro,
Que nunca falhou sua meta,
Atirada do antigo outeiro.
*
Ah! Este sangue aflora carmesim,
E como um raio, atravesso o marfim,
Destruindo as muralhas do Nada,
Abrindo uma fenda para a amada;
É uma questão de tempo,
Devo permanecer atento;
E a pedra que me falta ter,
Na fenda do Nada, irá preencher.

 

Wagner Correia
01 de setembro de 2001

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Triunfo Próximo

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Súbito chega a morte,
Fito-a para que conforte
A ira e a dor da vida,
Do abismo de solidão inda.
        *
Chegou atrasada...
A alma já estava apagada,
Apenas veio buscar a carcaça
E cobrir de vermes esta carapaça.
        *
Finalmente liberto,
Meu trono perto;
Agora sim todos sentirão o obscuro.
        *
Deuses comigo devastarão a terra
Trazendo um mundo obscuro que logo desperta;
A estes seres imundos daremos o escuro.

 

Wagner Correia
15 de dezembro de 2000

Solidão de Tharos

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Pelos mares gélidos cruzei,
Tempestades rutilantes, enfrentei;
Paisagens madrigais, vislumbrei,
Em minha solidão, entronizei.
        *
Vagando por terras ermas no caos da guerra,
Diante de mim, percebi o que era,
Mais um a lutar com seu fardo;
Esquecendo a bela poesia do bardo;
        *
Na guerra com o meu estandarte,
Meu sangue escorria quente escarlate,
Alimentando a espada com vingança;
        *
A fúria ofuscava minha visão,
Meu sangue explodia como um clarão,
Fazendo da dama… só uma lembrança…

 

Wagner Correia
18 de novembro de 2000

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Soneto da Vitória contra a Chama da Vingança

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A chama da vingança tentava vencer,
Glórim mesmo fraco, ainda tinha poder,
Usava toda magia que conhecia, para não perder,
Pois nunca para a escuridão, iria se render.
        *
Travava uma luta intensa em sua mente,
Deveria concentrar-se, tirar ódio e dor.
Pensar no valor que se foi veemente,
E destruir a Chama com furor.
        *
Lembrava-se dos momentos felizes,
Tirando de sua mente coisas tristes.
Apaga a Chama, vem a derrota da escuridão.
        *
Sentia a maldição e por onde se manifestava,
Dor e ódio eram por onde a Chama inflamava.
Agora estava livre do ódio e da maldição.

 

Wagner Correia
15 de dezembro de 2000

Soneto da Chama da Vingança

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Glórim e os guerreiros, pelas terras ermas,
Vagaram combatendo, na imensidão das trevas,
Mesmo que não seguissem ordens, nem regras,
Estavam os Bersekeres, juntos nessas guerras.
        *
Todos guiados pela vingança.
A escuridão lança sua chama,
A chama da vingança,
Uma maldição que com ódio inflama.
        *
A Chama da Vingança queimava.
O ódio dentro deles inflamava.
Uma maldição que neles era inerente.
        *
Glórim mesmo com tanto poder,
A si  lutava, tentando se conter.
Mas a chama em si era contundente.


Wagner Correia
15 de dezembro de 2000

O lugar da bela

Luthien Dancing, by Ted Nasmith
Por onde andas bela,
A quem tanto aclamo;
Por onde pisas bela,
A quem tanto procuro;
Por onde vives bela,
A quem tanto vivo.
    *
Tu andas em meu coração na floresta,
Junto do meu amor por ti;
Onde meu coração em ver-te faz festa,
E ele mostra o que senti;
Em que essência é esta,
A essência é a paixão que senti por ti.
    *


Wagner Correia
20 de abril de 2000

domingo, 18 de dezembro de 2011

Muros Sem Fim

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Caminho sem fim,
Por muros de marfim;
Muros que alcançam o céu,
...com solidão me combrem como véu.
               *
Ignota minha presença,
Nas estrelas me falta crença;
...eu a espera de uma Deusa
Que me encha com sua beleza.
                *
Estou preso entre os mundos
Sem saída devido aos muros;
         ...minha espada tenta quebrar o marfim...
                *
Óh grande amada onde estais na imensidão!
Para abrir uma fenda nos muros da solidão;
         ...minha esperança é uma Deusa que evite meu fim...
                *

 

Wagner Correia
9 de dezembro de 2000

Pintura Metafísica

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Em meus sonhos te imagino bela,
Em minha alma, tenho medo;
Imagino você em uma tela,
Tento pintá-la, algo que não devo;
        *
Não quero ser mais um em sua vida,
Quero ser o arauto da sua alegria;
Anunciando o fim da solidão inda
Que tento desenhá-la, com maestria;
        *
Sei que está rodeada de gente,
No fundo ninguém te preenche;
        ...meu quadro é você com cores rubras...
        *
Rubra as cores do meu sonhar por ti,
Não sei quem és, mas logo digo o que senti.
        ...desenhei sua silhueta mesmo com penumbras...


Wagner Correia
8 de dezembro de 2000

O Guerreiro Solitário

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Através dos ventos frios
Caminho entre rios;
Pelas ruas vazias
Cobertas por flores de cerejeira;
Pelos caminhos e vias
Entre a floresta e sua clareira.
        *
O Outono já chegou
E minha chama do amor apagou;
A morte já não me é inimiga,
Pela vida, pela miséria,
Tornou-se minha amiga.
        *
Os meus ancestrais dizem
Que meus inimigos ainda vivem;
Meus instintos me conduzem
Através da verdade me induzem;
Mas devo ir atrás da vitória
E derrotar os inimigos com glória;
Mas só encontro à solidão
Que vem com tamanha imensidão
E triunfa sobre meu coração.
        *
Pela Terra do Nunca vaguei
E com a solidão fiquei!
Nas florestas andei,
Com a solidão que jamais sonhei;
E como guerreiro, em minha vida lutei.
        *
Todo guerreiro é solitário!
Pois sempre luta só
E vive só;
É uma maldição sem fim,
Tão grande como um muro de marfim;
Mas sou um amante solitário.
        *
Pelos vales, pelas colinas
Andei!
Com a tristeza, com a dor
Fiquei!
Através de tapetes de flor de cerejeira
Vaguei!
                *
Mas tudo isso agora terminará!
A solidão, tristeza, dor, tudo acabará;
Em mãos tenho minha espada
E com ela estou empunhada,
A ponta em meu coração apontada.
        *
Ouço meus ancestrais chamarem
E a meus seguidores aclamarem;
Devo ir, partir para um mundo novo,
Onde a solidão e a tristeza,
Não me atormentarão de novo.
        *
Por fim, cravo lâmina fria em mim,
Mas ninguém chorará por mim!
Com a espada cravada, sinto frio,
Está tudo escuro e sombrio;
Está tudo acabado, a solidão teve fim,
E assim, é o meu fim!
        *

Wagner Correia
19 de Junho de 2000

O Ballet da Fada

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I
Sempre passo por um lugar,
Onde vejo uma bailarina dançar;
Dança tão doce e suave como uma fada,
Como se tivesse pisando no nada.
        *
É tão grande sua beleza
Que faz com que não tenha a certeza,
Se realmente existe ou é uma ilusão
Criada pelos sentimentos do coração;
        *
Pela janela, a olho atento,
Ao mesmo tempo que lamento,
Pois ela nem sabe que existo
E nem mesmo sabe o que sinto;
        *

II
Uma Fada como ela não pode me ver,
Pois não sou um príncipe encantado,
Sou o sapo que não a posso ter;
           Acabando enfeitiçado,
Com seu Ballet de Fada, que mal posso entender,
           Ficando ali, apaixonado,
Sem nem mesmo se mexer,
           Ficando ali, frustrado;
        *
A chuva cai forte sobre mim
E da janela aprecio sua dança,
Nesse encanto sem fim;
Sem mais a temperança,
Pois é grande o amor em mim,
          Fadado na esperança,
De tocar seu vestido carmesim,
          E resgatar do amor a lembrança,
        *

III
Sempre paro para olhar
Quando passo por essa janela,
Mesmo que a chuva venha molhar
Nem vejo nada, só ela...
        *
Mas hoje meu coração quebrou
Quando a Fada parou de dançar,
Pois veio outro e a beijou,
Devia ser seu amado, que parecia amar...
        *
Não como o sapo, que sempre a amou
Mesmo sabendo que ela nunca me amaria,
Pois nunca me enxergou;
         Era apenas o sapo que a bela nunca beijaria
        *

IV
E continuei todos os dias a olhar,
O Ballet da Fada observar;
Sabendo que o amar era o sonhar
Até os dias da minha vida acabar,
        *
Mas o Ballet da Fada... iria continuar...


Wagner Correia
13 de maio de 2000

sábado, 17 de dezembro de 2011

A mulher dona dos pensamentos e sonhos

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Em meus sonhos imagino vitória,
Em minha mente a planejo;
Nos meus sonhos não existe discórdia,
No meu pensamento desejo;
Nas minhas ilusões contemplo,
Na vida eu tento.
*
Minha mente está perturbada,
Meu coração está contemplando;
Minha cabeça não pensa em mais nada,
Meu amor está aguardando;
Na minha mente uma mulher é visualizada,
No que faz minha razão ser banalizada.
*
A quem devo tudo isso
Na mulher almejada!
Amor e Ódio são distorcidos
Na mente apaixonada;
Os pensamentos estão confundidos,
Por uma mulher privilegiada.
*
Ó redentora dos pensamentos e sonhos!
A ti é a quem suplico,
Meu coração já não liga aos outros,
Tu és a única a quem ligo;
Óh dei-me paz aos meus pensamentos,
E responda ao amor não correspondido.


Wagner Correia
13 de março de 2000