I
Sempre passo por um lugar,
Onde vejo uma bailarina dançar;
Dança tão doce e suave como uma fada,
Como se tivesse pisando no nada.
*
É tão grande sua beleza
Que faz com que não tenha a certeza,
Se realmente existe ou é uma ilusão
Criada pelos sentimentos do coração;
*
Pela janela, a olho atento,
Ao mesmo tempo que lamento,
Pois ela nem sabe que existo
E nem mesmo sabe o que sinto;
*
II
Uma Fada como ela não pode me ver,
Pois não sou um príncipe encantado,
Sou o sapo que não a posso ter;
Acabando enfeitiçado,
Com seu Ballet de Fada, que mal posso entender,
Ficando ali, apaixonado,
Sem nem mesmo se mexer,
Ficando ali, frustrado;
*
A chuva cai forte sobre mim
E da janela aprecio sua dança,
Nesse encanto sem fim;
Sem mais a temperança,
Pois é grande o amor em mim,
Fadado na esperança,
De tocar seu vestido carmesim,
E resgatar do amor a lembrança,
*
III
Sempre paro para olhar
Quando passo por essa janela,
Mesmo que a chuva venha molhar
Nem vejo nada, só ela...
*
Mas hoje meu coração quebrou
Quando a Fada parou de dançar,
Pois veio outro e a beijou,
Devia ser seu amado, que parecia amar...
*
Não como o sapo, que sempre a amou
Mesmo sabendo que ela nunca me amaria,
Pois nunca me enxergou;
Era apenas o sapo que a bela nunca beijaria
*
IV
E continuei todos os dias a olhar,
O Ballet da Fada observar;
Sabendo que o amar era o sonhar
Até os dias da minha vida acabar,
*
Mas o Ballet da Fada... iria continuar...
Wagner Correia
13 de maio de 2000
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