sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A esperança fria em minha noite

1301080894_saudade2

De noite no frio ártico
Envolto em estrelas,
Está meu coração apático
Na esperança de compreendê-las,
Contentando com mais uma noite platônica,
Em minha quietude nirvânica
*
Olhar, observar, desejar.
Querer, poder, almejar,
Apenas olhe! Não toque!
Mesmo que o querer o enforque;
Assim diz a timidez,
Tomando-me de uma só vez;
*
O frio nutre minha esperança,
Sarcástica sendo na temperança,
A bela jovem a me aquecer
E por minutos, a dor, esquecer;
Mas a melodia já não me agrada
E o medo retoma sua morada;
*
O tempo passa, o frio amordaça,
A Lua transpassa, a solidão abraça;
O coração pulsa, o frio se expulsa,
A dor pulsa, ao anjo em repulsa;
Ao céu da noite vou clamando,
No véu taciturno que vai velando,
*
Em resposta... O silêncio platônico
O anjo com seu dizer irônico:
Alimento o seu querer!
Desejo o seu silêncio romper!
Mas não diz por onde começar,
Deixando-me com o medo de falhar;
*
Esperando a noite acabar,
E outro dia monótono começar,
Ficando somente uma lembrança:
A noite fria de esperança!
Preso atrás da parede transparente:
Vejo o eldorado em minha frente!

 

Wagner Correia
18 de maio de 2002

Nenhum comentário:

Postar um comentário