Através dos ventos frios
Caminho entre rios;
Pelas ruas vazias
Cobertas por flores de cerejeira;
Pelos caminhos e vias
Entre a floresta e sua clareira.
*
O Outono já chegou
E minha chama do amor apagou;
A morte já não me é inimiga,
Pela vida, pela miséria,
Tornou-se minha amiga.
*
Os meus ancestrais dizem
Que meus inimigos ainda vivem;
Meus instintos me conduzem
Através da verdade me induzem;
Mas devo ir atrás da vitória
E derrotar os inimigos com glória;
Mas só encontro à solidão
Que vem com tamanha imensidão
E triunfa sobre meu coração.
*
Pela Terra do Nunca vaguei
E com a solidão fiquei!
Nas florestas andei,
Com a solidão que jamais sonhei;
E como guerreiro, em minha vida lutei.
*
Todo guerreiro é solitário!
Pois sempre luta só
E vive só;
É uma maldição sem fim,
Tão grande como um muro de marfim;
Mas sou um amante solitário.
*
Pelos vales, pelas colinas
Andei!
Com a tristeza, com a dor
Fiquei!
Através de tapetes de flor de cerejeira
Vaguei!
*
Mas tudo isso agora terminará!
A solidão, tristeza, dor, tudo acabará;
Em mãos tenho minha espada
E com ela estou empunhada,
A ponta em meu coração apontada.
*
Ouço meus ancestrais chamarem
E a meus seguidores aclamarem;
Devo ir, partir para um mundo novo,
Onde a solidão e a tristeza,
Não me atormentarão de novo.
*
Por fim, cravo lâmina fria em mim,
Mas ninguém chorará por mim!
Com a espada cravada, sinto frio,
Está tudo escuro e sombrio;
Está tudo acabado, a solidão teve fim,
E assim, é o meu fim!
*
Wagner Correia
19 de Junho de 2000
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