quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Desejo Mórbido

werewolf1 

Lua cheia cobre-me como véu,
E meu ódio edifica-se até o céu.
Inolvidável prazer obscurecido,
Do amor mórbido reaparecido.
Prurido do prazer na vulva infecta,
Objeto da carne com a língua se detecta.
*
Pobres mortais pela carne escravizados,
Na vaidade sendo ópios obstinados,
O poder sepulcral que dominam na disputa,
Em suas mentes inerentes na carne de uma puta,
Em que fazem guarida das frustrações numa vulva;
*
Uma bela dama da qual teu belo corpo desejo,
Tua silhueta e teu sangue, almejo,
Usar-te-ia somente como apetrecho,
Sentir o ventre adentro, enquanto olha-me com horror,
E rasgar-te, ver teu sangue rubro escorrer em tua dor;
*
Sejas seduzida mais uma noite, no calor dos seus hormônios,
Sejas uma vítima sem cérebro, induzida pelos vários pseudônimos,
Estereótipos medíocres, mas que vulgares se atraem,
Em tuas realidades cheias de máculas que se esvaem.
*
Enojem-se de mim seres inferiores,
Mesmo que de atroz seja meu ato,
Os meus atos diante de tuas vidas ainda são superiores,
Mas tuas tristes mentes fogem ao fato
De que os próprios mortais ainda são os destruidores;
*
Vivam no medo de ir ao inferno,
Vivam no engodo de ir ao céu
E alcançarem o paraíso eterno,
E a dor da ilusão cobrir como um véu.
*
Mortais descartáveis, os uso,
Faço o que quero e depois fora os jogo,
Somente quem merece sou obtuso.
E no ódio em que punirei faço julgo
Mortais de grande espírito pouparei,
Morram lutando de pé, pois se ajoelhados, pisarei!
*

 

Wagner Correia
14 de março de 2001

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